Manaus (AM) – Embora o número de casos, mortes e hospitalizações no Brasil devido ao Covid-19 tenha aumentado exponencialmente, a situação em Manaus é muito diferente do resto do país: a taxa caiu. No entanto, a Amazon já começou a se preparar para a terceira pandemia. Manauaras e funcionários do governo local não querem ver as imagens do colapso do sistema de saúde e de famílias desesperadas tentando encontrar oxigênio.
De acordo com monitoramento do governo estadual, o sinal de alerta é no momento de uma pandemia na Europa.Neste país, alguns países apontam um aumento das infecções e mortes causadas pela doença. Nas duas primeiras ondas, o período de pico da crise de saúde na Europa continental coincidiu com o período de pico na região amazônica.
O desafio de distribuir as vacinas em um estado que tem dimensões continentais e muitas dificuldades de acesso em diversos municípios e o ritmo lento de imunização, agravado pela entrega picada de doses, são situações que podem contribuir para uma piora nos índices da doença.
Somado a isso, a flexibilização das medidas restritivas e o descuido da população em relação às regras também ajudam no aumento de casos. Segundo o governo do Amazonas, um novo surto está previsto em 60 dias.
Plano emergencial
O governo do Amazonas elaborou um plano de contingência que se baseia em cenários epidemiológicos para ser adotado se houver aumento de casos e internações por causa da Covid-19.
O plano contém 10 eixos, que vão desde medidas de enfrentamento; detalhamento da rede de urgência e emergência; projeção de leitos clínicos e de UTI; fortalecimento do sistema primário, abastecimento de oxigênio, até ações de transferências interestaduais e intermunicipais e de comunicação.
Na projeção de leitos, foram construídos cinco cenários para estruturar a rede de atendimento hospitalar. Atualmente, o Amazonas se encontra na fase 3, com capacidade de 300 leitos de unidade terapia intensiva em Manaus.
No momento mais crítico da pandemia na região até agora, em janeiro de 2021, a projeção de leitos foi até a fase 5, no limite da capacidade, e foram criados 426 leitos de UTI, todos eles na capital, e mais de 2 mil leitos clínicos em todo o estado do Amazonas.
Abastecimento de oxigênio
Em janeiro de 2021, o Amazonas viveu a pior fase desde o início da pandemia, em março. O sistema colapsou, inclusive com falta de oxigênio nas unidades hospitalares, o que afetou os pacientes que estavam internados em Manaus e também no interior, levando muitos deles a óbito.
Vacina é a esperança
A maior esperança do Amazonas para vencer a pandemia é a vacinação. Até quarta-feira (14/4), foram imunizadas em Manaus 374.298 pessoas, o que equivale a 16% da população. Dados apontam que a cidade cumpriu a meta de vacinação, de 90%, em quase em todas as faixas etárias já abrangidas pela imunização. Somente a faixa de 60 a 64 anos ficou em 85%. Mesmo assim, um número considerado positivo e que dá muita esperança.
Em todo o Amazonas, conforme dados da Fundação de Vigilância em Saúde, 690.288 doses foram aplicadas, sendo 511.923 de primeira dose e 178.365 de segunda dose.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (Semsa), ampliar a cobertura é um grande desejo, no entanto, não depende somente da rede municipal, mas de disponibilidade de imunobiológicos enviados pelo Ministério da Saúde.