A rede pública de saúde no Amazonas está hoje com 93% dos leitos de UTI para Covid ocupados. Isso mesmo depois do governo do estado aumentar a oferta de leitos em mais de 100%.
O aumento de internações por Covid deixou os hospitais em Manaus à beira de um novo colapso.
Robson levou a mãe, Dona Walcides, para o Hospital 28 de Agosto. Ela testou positivo para Covid-19. O problema é conseguir um leito. “Ontem foi solicitado um leito de UTI para ela e nem isso tem, não tem um leito de UTI. A gente entende que o hospital está lotado, aquela coisa toda, mas ao menos um leito, uma cama para ela, seria digno para ela, uma ex-funcionária que trabalhou 34 anos nesse hospital”, reclama o designer Robson Sena.
O principal pronto-socorro do estado é o retrato de uma unidade no limite. Michael trabalha como enfermeiro no 28 de Agosto e conhece bem as dificuldades: “A enfermagem está sobrecarregada. Vai chegar um momento que nós vamos ter que responder processo por não dar atenção devida ao paciente, porque não tem como correr de um paciente parado e três querendo receber atendimento”.
A rede pública de saúde no Amazonas está, nesta sexta-feira (8), com 93% dos leitos de UTI para Covid ocupados. Isso mesmo depois do governo do estado aumentar a oferta de leitos em mais de 100%.
As internações por Covid no Amazonas disparam agora em janeiro; foram 1.140 em apenas sete dias. Isso é mais do que em muitos meses inteiros de 2020 durante a pandemia.
Com mais de 5 mil mortos e 200 mil casos de Covid, o governo do Amazonas prorrogou por mais 180 dias o decreto de calamidade pública, que permite a contratação direta de mais profissionais de saúde para ajudar no enfrentamento à Covid.
“O que a gente viu desde agosto, setembro, outubro, até dezembro, é um aumento gradual de fato no número de casos. Também a partir de junho, já houve uma certa especulação sobre uma suposta imunidade de rebanho aqui em Manaus. Isso, infelizmente, também criou uma falsa sensação de segurança. Agora estamos vendo claramente que não estamos em uma situação de imunidade”, explica Alexander Steinmetz, pesquisador da Universidade Federal do Amazonas.
Via: globo